O conforto possível dentro do desconforto inevitável
buscando uma nova forma de estar presente nas redes socias
Olá! «toc toc».Tem alguém aí?
Sobre o texto de hoje: é uma confissão, uma forma de esvaziar a mente. Se você se identificar ou tiver algum conselho, não hesite em compartilhar.
Adoraria saber de outras experiências. Então sinta-se à vontade para escrever nos comentários ou responder a este e-mail. Vou gostar muito de ler e refletir sobre diferentes perspectivas.

Poucas coisas têm me deixado tão desconfortável quanto as redes sociais. E não estou aqui para criticar o que os outros postam ou como se comportam. O que quero dizer é que estamos atravessando um tempo de muitas tensões — e todas elas afetam, de forma direta, a maneira como agimos e nos relacionamos com o mundo. Nas redes sociais, que passaram a ocupar um lugar cada vez mais central em nossas vidas, não tem sido diferente. É visível a fadiga, o cansaço, o tédio.
A cada dia, fica mais evidente como o consumo desenfreado, a interferência na atenção, o excesso de informação e as milhares de imagens geradas por IAs «que nos fazem questionar os próprios limites da verdade» irão nos cobrar um alto preço. Na verdade, esse preço já está sendo pago com nossa saúde mental. Para não falar do esgotamento gerado pela exigência de rotinas extremamente produtivas, performáticas e pela busca constante por uma vida perfeita.
Não dá mais para fingir que nada mudou e continuar a usar as redes sociais como fazíamos há cinco anos.
E qual a melhor maneira de usá-las hoje? Eis a pergunta que me espanta.
Depois de anos compartilhando recortes da minha rotina nas redes sociais, percebo que o que fiz até aqui já não faz tanto sentido. No entanto, reconheço os benefícios e as relações positivas que podem nascer nesse universo.
É por isso que estou aqui, fazendo essa confissão em meio à minha confusão «ainda sem respostas».
Não dá para ignorar o cenário. Não dá para fingir que tudo continua igual, quando não está. Eu também mudei. Meus pensamentos mudaram. E não é simples abandonar uma forma que me acompanhou por tanto tempo, já que foi através dela que conheci pessoas e criei conexões.
Confesso que, de certa forma, me limitei a um universo, a uma estética, onde dividir minhas opiniões e reflexões me causava insegurança. Me limitei a tentar seguir um padrão de expectativas, a evitar críticas. Hoje, reconhecer isso já é, por si só, um sinal de amadurecimento — e é o que me faz querer buscar uma postura diferente.
Sobretudo, meu desafio agora é encontrar uma forma de estar presente sem tanto desconforto. Ainda não sei por onde começar, mas compartilhar as dúvidas e dificuldades já me parece um bom ponto de partida.
Sei que há pessoas que me acompanham «e sinto muito carinho vindo disso». Este texto, além de uma confissão, é também uma forma de retribuir esse carinho e uma tentativa de iniciar um novo diálogo com vocês. Um diálogo mais aberto.
Se você me acompanha e notar minha presença com menos constância ou uma postura diferente, saiba: estou nesse processo de encontrar a melhor forma de me expressar e de dialogar em meio a todas essas tensões, buscando, aos poucos, um conforto possível dentro desse desconforto inevitável.
Que esse movimento não seja visto como afastamento, mas como um passo em direção a algo mais autêntico. Às vezes, é preciso silenciar para escutar melhor. E é isso que venho tentando fazer.
Espero nos vermos em breve, de um jeito novo.